
🌙 Aquele momento em que você está acordado de novo… Vamos entender a insônia e como vencê-la
- Maecelo Medeiros
- 8 de jun.
- 3 min de leitura
1. Por que não dormimos? Possíveis causas da insônia:
Fatores predisponentes: personalidade ansiosa (neuroticismo presente em ~62% dos insônios crônicos) (pmc.ncbi.nlm.nih.gov)
Desencadeantes: estresse recente, mudanças na rotina ou eventos traumáticos
Fatores que perpetuam: crenças negativas (ex: “nunca vou conseguir dormir”), padrões de comportamento nocivos, uso de telas e substâncias como cafeína e álcool
Aspectos biológicos/genéticos: predisposição genética (genes como MEIS1) e alterações epigenéticas que mantêm o sistema alerta (en.wikipedia.org)
2. Como tratar? Opções eficazes, da mais leve à mais avançada:
🧠 Terapias não medicamentosas (recomendadas como primeiro passo)
Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (CBT‑I):
Técnica composta por restrição de sono, controle de estímulos, reestruturação cognitiva e relaxamento.
Considerada gold‑standard, com eficácia superior aos medicamentos em longo prazo (sleepfoundation.org, neurologylive.com).
Também funciona sozinha contra efeitos colaterais em pacientes oncológicos (nature.com).
Terapias Autônomas Digitais (não inferior ao formato presencial):
Aplicativos como Sleepio (terapia guiada digitalmente) têm eficácia clínica comprovada e reconhecimento por entidades como NICE (theguardian.com).
CBT‑I digital totalmente automatizado (dCBT‑I) apresenta efeitos moderados a grandes (sem ter terapeuta), com base em meta‑análises envolvendo quase 10 000 sujeitos (nature.com).
Terapias complementares:
Paradoxical intention: “tente ficar acordado” para reduzir a ansiedade de não conseguir dormir (en.wikipedia.org).
Aceitação e Mindfulness / Acceptance and Commitment Therapy (ACT): ensina a aceitar a insônia sem lutar, reduzindo a preocupação (vogue.com).
Biofeedback / neuromodulação: feedback de EEG, estimulação auditiva em tempo real e wearables que ajudam a desacelerar o ritmo cerebral .
Terapia de restrição do tempo na cama:
Reduzir o tempo na cama para concentrar o sono e aumentar qualidade → melhor controle da ansiedade e do ritmo. Em estudos recentes (Oxford), mostrou eficácia com redução dos casos de ansiedade/depressão (thetimes.co.uk).
💊 Medicamentos (quando necessários)
Antagonistas dos receptores de orexina (ex: lemborexant) têm potencial combinado com CBT‑I em modelos personalizados (pmc.ncbi.nlm.nih.gov).
Hipnóticos tradicionais (como zolpidem) ainda aparecem em estudos, mas devem ser usados com cautela pela tolerância e efeitos adversos .
3. O que fazer hoje à noite? Dicas práticas para pôr em prática já:
Sono higiene não basta sozinho, mas ajuda junto com outras técnicas: criar rotina, escuridão, silêncio, evitar telas e substâncias .
Use aplicativos TCC digitais, como Sleepio ou dCBT‑I, especialmente se não conseguir acesso rápido à terapia presencial (theguardian.com).
Experimente paradoxical intention: deite-se confortável e diga a si mesmo “vou ficar acordado”, para diminuir a pressão de dormir.
Adote exercícios de aceitação: ao sentir a mente disparar, reconheça o pensamento (“isso é só um pensamento”) e volte ao momento presente.
Considere biofeedback high-tech: headbands ou wearables que monitoram e estimulam padrões cerebrais em tempo real têm emocionantes resultados iniciais (en.wikipedia.org), mas procure orientação especializada.
4. Terapias avançadas e o futuro:
IA + CBT digital: assistentes baseados em IA (como NeuroPal) fornecem intervenções de cronoterapia, reestruturação cognitiva e ajuste bioquímico; estudos iniciais apontam melhora de ~37% no índice de qualidade do sono (mdpi.com, arxiv.org).
Estimulação cerebral transcraniana & neuromodulação: wearables que modulam ondas cerebrais “slow-wave” têm mostrado reduzir o tempo para adormecer em cerca de 24 minutos (arxiv.org).
📝 Conclusão: insônia pode ser tratada de forma eficaz
Identifique fatores de risco e padrões mentais.
Comece por CBT‑I (presencial ou digital).
Use técnicas complementares (paradoxical intention, mindfulness).
Explore biofeedback, terapias high-tech e, se for o caso, medicação sob orientação médica.
Aposte no futuro: terapias assistidas por IA estão chegando, transformando o cuidado com o sono.
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